As possibilidades formativas e investigativas da narrativa em educação matemática.
Se observarmos o ser humano em diferentes momentos de sua trajetória, percebemos que estando este em idade infantil, adolescente ou adulta, o contar histórias faz parte natural de sua existência. Desde pouca idade, estamos contando aos outros nossas histórias e nos envolvendo de maneiras diversas, com suas histórias. A percepção desse fenômeno nos tem motivado a tentar compreender e investigar a potencialidade das narrativas nos diferentes contextos em que a matemática e a educação se fazem presentes.
Muitos de nós, professores, ao ensinar matemática em sala de aula, frequentemente passamos pela desagradável sensação de estar falando para as paredes ou de perceber que nossas palavras não encontravam eco no pensamento e nas vozes dos alunos. E ficamos surpresos quando alguns de nós alunos conseguem estabelecer melhor do que nós a comunicação e a interlocução com seus colegas sobre o mesmo assunto de ou sobre que havíamos falado.
Experiências em sala de aula em ambiente de pesquisa podem ilustrar o potencial da narrativa para o ensino e aprendizagem da matemática. Nada mais natural do que adotar a narrativa para tentar dar sentido a uma experiência educativa ou a uma prática social. As salas de aula podem ser vistas como práticas sociais complexa em que professores, alunos e por vezes pesquisadores estão tentando compreender e construir significados. É assim que alguns professores de matemática, em sala de aula, experiências de contar e narrar ao outro, pois está, além de formativas, podem também, ajudar na aquisição significativa do conhecimento matemático.
A narrativa, representa o modo fecundo e estratégico, seja na produção de sentido à experiência humana, seja na investigação metódica, isto é, na produção de análises e interpretações que atribuem os próprios sujeitos da experiência. Entretanto, cabe esclarecer que tanto a produção de narrativas quanto ao desenvolvimento de pesquisas narrativas não são práticas fáceis. Ambas demandam do narrador e/ou pesquisador um forte diálogo entre teoria e prática, ou melhor, entre a experiência particular de vida de cada um e o movimento histórico cultural das práticas sociais das quais faz parte.
Lúcia Rodrigues de Souza Salles.
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